O Dia Internacional da Mulher

A imagem mostra uma ilustração de cinco mulheres de diferentes estilos e origens culturais, simbolizando diversidade e união feminina. Cada mulher tem características distintas: uma usa um lenço de bolinhas na cabeça, outra tem cabelo curto e rosa com uma flor, e uma terceira veste um hijab azul. Todas elas estão em uma composição harmoniosa, com expressões serenas, representando empoderamento, respeito e celebração da individualidade de cada mulher em um ambiente que valoriza a inclusão e a sororidade.

9 de março de 2023

Ontem foi o Dia Internacional da Mulher e fiquei pensando sobre o que eu deveria escrever sobre este dia. Então, segue o textão… espero que lhe seja útil.

Sou a filha do meio da minha família. Entre mim existe minha irmã mais velha e meu irmão mais novo. Entretanto, fui educada praticamente como um menino, pois o sonho do meu pai militar era ter “um filho homem” que ele só teve quando eu completei 15 anos. Cresci praticamente dentro de um quartel e a cultura militar permeou toda a minha educação. Aprendi a cantar os hinos, a marchar, manusear um fusil etc.

Lembro-me que quando eu era criança, eu passei várias sextas-feiras no quartel com o meu pai (era dia de meio-expediente) vendo-o trabalhar. Aquilo era mágico. Eu queria ser como ele! Meu pai foi o meu maior ídolo da infância! Ele e a KatyMahoney, do filme Dama de Ouro 😊

Crescer na barra da farda do meu pai me fez crescer muito fora dos padrões femininos….

Fui criada para estar pronta para a guerra. Para servir. Aprendi a estar sempre a postos para socorrer todas as pessoas rapidamente. Aprendi a agir em situações de pânico e emergência, a jamais demonstrar sentimento, a engolir o choro. Aprendi a entrar em um ambiente e já identificar onde está a saída de emergência e quem eu devo salvar primeiro. Aprendi a jamais aceitar ajuda, a ser autossuficiente e a jamais entregar uma tarefa numa qualidade inferior à excelente.

Sempre fui muito questionadora. Lembro-me que desde muito cedo tracei batalhas ferrenhas contra o vício de tabaco do meu pai e minha mãe. Lembro-me que aos 6 anos eu decidi que só voltaria a falar com ele quando ele parasse de fumar. Tive de voltar a falar pouco tempo depois, porque parar de fumar nunca foi uma opção para o meu pai. Lembro-me que todas as vezes que eu o confrontava, ele me respondia com a mesma frase: “Faça o que eu mando, não faça o que eu faço.” “Missão dada é missão cumprida”. “Autoridade não se questiona, se respeita.” E assim eu aprendi a viver, cumprindo ordens, tarefas, missões, sem questionar e sem desistir no meio do caminho.

Hoje, com a maturidade dos meus 46 anos, não consigo garantir que tudo isso foi de fato ensinado pelo meu pai, mas posso lhe assegurar que foi o que aprendi com ele, com a forma que ele agia e respondia com prontidão as situações de perigo.

Da minha mãe assimilei a praticidade. Minha mãe sempre foi muito prática para resolver tudo, exceto em situações de acidentes e emergências, em que ela paralisava e meu pai agia com prontidão. Com 2 anos, bati o dedo na porta e a ponta do dedo médio ficou pendurado. Enquanto meu pai prontamente corria para me levar ao hospital, minha mãe chorava, segurando uma tesoura para cortar a ponta do dedo que estava pendurada!!

Hoje vejo que consegui assimilar o melhor de meu pai (a prontidão) e de minha mãe (a praticidade). Que sorte a minha!

Na minha adolescência, aprendi coisas básicas que qualquer “soldado” tinha que saber: Aprendi a dirigir com 11 anos (pois minha mãe ainda não sabia dirigir). A engraxar coturno com vela aos 12 anos. Aprendi a atirar com arma de fogo e praticava tiro em um estande de tiros com uma arma de tamanho adequado para a minha pequena mão (calibre 22, se não me falha a memória). Tive o cabelo cortado em barbeiro ao longo de toda a minha infância e adolescência, e meu sonho era ser como meu pai. Na juventude, buscava minhas amigas em suas casas e suas mães só as deixava sair porque sabiam que eu não bebia e que comigo estavam seguras. Eu as protegia com a força de uma leoa, ou como um general que protegia seu batalhão. Nós éramos as Tuiuiús da cidade, as passarinhas que voavam mais longe e mais alto, mas que sempre voltavam para seus ninhos.

Briguei muito na rua. Saí na porrada mesmo, com vários homens, e sempre para proteger minhas amigas. Lembro-me que já fui “jurada de morte” por um professor da minha faculdade. Aliás, minha faculdade merece um artigo a parte, hahahaha, então, compartilho as histórias dessa época depois.

Assim que fiz 18 anos, fui fazer a prova de direção e fui assediada pelo instrutor do meu carro. Não tive dúvidas: abri a porta do carro e o joguei para fora do carro, hahahaha. Mesmo assim eu passei na prova (imagine se ele iria me reprovar! Eu era a filha do Comandante do Exército da cidade e mais famosa do que uma nota de 100 reais, hahahaha!). Assim que recebi a CNH, peguei o carro e fui sozinha dirigindo para Brasília.

Aos 21, me formei em Direito e vim morar sozinha em São Paulo. Aos 22 – 23, fui dirigindo de Rio Verde para o Rio. 1.400km. Meu pai na frente no carro dele e eu atrás o seguindo, como sempre foi. Aos 27 eu me mudei de SP para Goiânia. Pus minha mudança no carro, peguei a estrada e fui. Sozinha, munida de coragem e armada com o meu canivete suíço. Nove meses depois, pus novamente minha mudança nas costas e voltei para São Paulo… novamente sozinha, com o meu canivete, dirigindo meu palio weekend vermelho 2001.

E assim foi minha vida. Sempre muito independente, dona de mim, destemida e atirada. Sempre pronta para defender todo mundo e muito bem resolvida comigo mesma.

Tá, beleza, mas porque eu estou contando toda essa longa história para vocês?

Para lhes dizer que a pauta feminina sempre foi algo muito sem sentido para mim…. Fui criada para matar ou morrer. Fui educada sob os mandamentos militares. Minha maior inspiração era meu pai, e seu maior sonho era que eu tivesse nascido “menino homem” e hoje vejo que sempre tentei recompensá-lo por não ter nascido homem.

No quesito profissional, embora tenha me formado em Direito e tenha tirado minha OAB desde cedo, nunca exerci a profissão, porque eu só me interessava por 1 único caminho que não tive forças e nem suporte emocional para alcançar: a promotoria pública para atuar no ramo criminal. Então, segui o caminho mais fácil que apareceu para mim e que me fazia ganhar relativamente bem: o ramo da Assessoria Executiva para presidências de empresas. Porque eu escolhi essa profissão em meus 1os anos de vida profissional? Porque eu queria estar perto de onde as decisões eram tomadas e ao lado das pessoas mais importantes e poderosas das empresas, que, não por coincidência, eram sempre homens.

E os anos foram se passando…. até eu chegar em 2003 quando eu me converto ao cristianismo protestante a partir das pregações do Pastor EdRenéKivitz da Igreja Batista de Água Branca e de muitas orações e intercessões das minhas amigas Marcia Corrêa Reichert e Marta Lemos. Continuei vivendo minha vida, mas agora entendendo o porquê de muitas coisas, e com um relacionamento muito íntimo com o meu Deus, que me fortalecia mais ainda e me fazia ser ainda mais audaciosa e atirada nas minhas decisões.

Logo após minha conversão, começo a namorar o meu marido Eduardo Roberto Rodrigues que pagou um dobrado para me conquistar, por ser tão arredia, bruta e livre, mas ele conseguiu! Graças a Deus ele conseguiu, e estamos em aliança desde 2005. De todos os meus relacionamentos, foi o único homem que me fez aceitar ser cuidada e amada como eu merecia!

Hoje, com o entendimento que tenho sobre os costumes sociais, jamais me casaria nos padrões tradicionais e de visão bem machista sobre o “papel da mulher”, mas devo confessar que até hoje lembro de minha cerimônia com carinho e apesar da breguice do véu e da cor branca da pureza, ainda acho o meu vestido de noiva (que não usaria de novo), muito lindo e contemporâneo.

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Fotos do casamento de Mirele & Eduardo, realizado em 05 de agosto de 2005.

Já no âmbito profissional tenho tanta história para contar que, como diz meu amigo Felipe Andrade, dá para escrever um livro.

Em 2019, eu entro na Meta e me deparo com uma empresa em que tem #DEI na veia. Imediatamente me vejo no espelho e um grande #SensoDeInadequação me toma conta, mas eu não entendi o porquê. Contei com a amizade e o apoio de muitas pessoas queridas e amigas em meu início na Meta, em especial de meu querido time direto e indireto com quem aprendi muito e que teve muita paciência comigo, Weider Campos, Bruna Maia, Priscilla Bentim, Mariana Yumi Hatanaka, Alexandre Theodoro (He/Him/His) ♿️, Fernanda Muraska, Renata Sá. Luiza Nunes 🏳️🌈♿ Mafoane Odara e tantas outras pessoas queridas.

Rapidamente absorvo e aprendo tudo sobre todas as pautas de diversidade, mas a pauta feminina me incomodava…. achava frescura, achava besteira, mas algo dentro de mim (creio que o meu Deus) me dizia que eu estava errada…..

O incômodo que eu sentia me obrigava a estar em todas as reuniões do grupo de mulheres, por mais que aquelas reuniões fizessem me sentir fora do padrão. Achava tudo uma baita frescura, uma sucessão de “mimimi”, mas eu persistia e perguntava para o meu Deus o porquê que a pauta feminina me incomodava tanto. Até que um dia, olhando-me no espelho, tive a grande revelação do porquê de tanto incômodo:

Percebi, finalmente, que eu nunca havia sido verdadeiramente uma mulher! Percebi que por não ter sido educada como mulher, eu não sabia ser uma! Eu não sentia as dores femininas! Minha mente não funcionava como geralmente funciona a mente feminina. Entendi que eu fui educada para ser o “filho homem” do meu pai e assim eu fui, embora em um corpo feminino (que também não passava fragilidade, pelo tamanho e circunferência que possui).

Caiu-me a ficha que além da minha educação, eu segui uma carreira em que 98% das pessoas que exercem são mulheres e que neste meio, cercada do feminino e com chefes majoritariamente homens, eu não me posicionava como uma “Secretária Padrão”.

Lembro-me que um chefe meu muito querido, o Luis Giolo me disse isso um dia: “A pessoa para te contratar como Secretária precisa ter coragem.” Demorei anos para entender essa frase, para perceber que eu nunca tinha sido uma “Secretária Padrão”.

Demorei para perceber que sempre tratei meus chefes como iguais e sempre os olhei de cima. Que apesar de ter aprendido que ordem não se discutia, e que hierarquia se respeitava, eu também aprendi a ser altiva e que minha personalidade não me fazia levar desaforo para casa. Minha postura militar, meu passo firme, minha voz alta, meu olhar elevado, minha cabeça erguida faziam com que minha presença fosse diferente nesses lugares de poder. Eu sempre tive conversas entre iguais com os meus chefes e sempre dei feedbacks bastante duros para eles, sem medo das consequências…. Daí o porquê da fala de que é preciso ter “coragem” para me contratar.

Toda essa revelação me fez perceber, aos 44 anos de idade, que eu não sabia o que eram “as dores e as delícias de ser mulher”. Percebi que toda minha transformação a partir da minha conversão espiritual tinha esta pauta…. como deixar ser cuidada por Deus, e por quem estava ao meu redor. Como me mostrar frágil. Como assumir que eu precisava de ajuda. Como relaxar e sair da posição de “sempre alerta”. Gente, de verdade, eu buguei!

De verdade: Nunca pensei que um mero trabalho seria tão transformador para mim, como foi trabalhar na Meta. Já disse e sempre direi que a Meta foi um divisor de águas em minha vida, porque foi lá que eu percebi o quão racista, capacitista e machista eu era. Foi lá que percebi que eu era um homem em um corpo feminino e que eu tinha dificuldades em me engajar na pauta feminina porque além de “pensar como um homem” eu era extremamente machista!

Foi então, depois de toda esta descoberta, que eu me dediquei a estudar o feminismo e o porquê ele é tão importante para que tenhamos uma sociedade equânime. Li muito, estudei muito e me aliei à causa porque eu entendi, depois de 44 anos, que: Mimimi é a dor que não dói em mim.

Sim, eu continuo usufruindo dos privilégios que esta minha educação não ortodoxa me garantiu (com suas dores e vantagens), mas agora eu entendo que não é porque eu não sinto ou não vivo que as dificuldades não existem.

E, desde então eu vejo e sinto de longe o machismo atuando em qualquer situação e dedico-me diuturnamente a combate-lo em mim mesma, em minha família, em meu trabalho e em qualquer lugar em que eu esteja. Mudei a forma como educo minhas crianças para que elas cresçam feministas, antirracistas, anti-capacitistas e conscientes de todas as camadas de privilégios que elas têm. Revisitei minha experiência religiosa e percebi o quanto o ambiente religioso e de religiosidade era (e é) misógino e de apagamento do protagonismo feminino. E decidi compartilhar o que aprendi com as pessoas que estão ao meu redor e a colocar os meus privilégios a serviço de quem não os tem. Hoje, eu sou a primeira a me levantar quando vejo uma situação de machismo, misoginia e sexismo acontecendo. Aliás, quase que semanalmente preciso abrir o microfone para me posicionar contra o machismo, a misoginia, o racismo, o capacitismo, a xenofobia (entre outros) que infelizmente eu testemunho nas falas da grande maioria do corpo docente do meu MBA que estou quase concluindo, mas deixarei para falar sobre isso em outro artigo…

E, depois deste longo contexto histórico e pulando muitos capítulos da minha vida, chego a 2023.

Chego ao Dia Internacional das Mulheres, dia que historicamente as mulheres recebem flores e bombons, como se a luta se resumisse a isso. E, a partir de todo contexto pessoal histórico longamente descrito acima, lhes asseguro que não há nenhum problema em se presentear as mulheres que estão ao seu redor. Aliás, muitas delas gostam de serem presenteadas, mas tenho convicção de que as mulheres buscam diariamente não por presentes, mas sim por respeito, equidade e liberdade. Em especial as mulheres negras, que estão na base da pirâmide social e a quem podemos, sem sombra de dúvida, devotar nossa gratidão e reconhecimento pela educação de todas as crianças deste país, afinal, qual é a cor predominante das empregadas, babás, professoras, auxiliares e ajudantes de berçários, enfermeiras e professoras no Brasil?

Ontem amanhecei lendo a manchete do site globo.com que Brasil bate recorde de feminicídios em 2022, com uma mulher morta a cada 6 horas . Acordar com esta matéria só me faz ter a certeza de que temos muito ainda o que conquistar e não será com flores e bombons que faremos isso, infelizmente.

Há 2 livrinhos bem pequenininhos que li durante essa minha transformação que me ensinaram muito mais do que todo o MBA que já estou quase que (finalmente) concluindo. Ambos são da maravilhosa Chimamanda Ngozi Adichie e se chamam: “Sejamos Todos Feministas” e “Para Educar Crianças Feministas”. Sugiro que você leia, mesmo que você não seja responsável pela educação de alguma criança.

E o que esses 2 livrinhos tem a ver com essa mensagem que lhes escrevo?

É porque através deles eu entendi o quanto que podemos atuar no nosso dia a dia para combater o machismo que habita em cada pessoa. Sim, há uma parcela de machismo e racismo em cada ser humano, pois sociedade foi desenvolvida, infelizmente, desta forma, e não há como estarmos imunes a essa herança. Entretanto, quando tomamos consciência disso, temos como agir conscientemente para evitar que esses vieses dominem nossas atitudes e decisões.

Com isso em mente e depois deste loooongo testemunho, deixo aqui algumas dicas, que copiei parte dos textos abaixo que estão nas fontes ao final deste artigo, de como podemos agir para tornarmos nosso ambiente de trabalho mais equânime e saudável para as mulheres (mas essas dicas aqui também servem para os ambientes sociais e familiares, com os devidos ajustes):

Não assuma que a mulher é a Secretária do ambiente:

Não há nada de errado em trabalhar como Secretária Executiva (que, a propósito, foi minha profissão por 20 anos e da qual tenho muito orgulho), mas é sexista assumir que uma mulher é a Secretária do ambiente, quando este não é seu cargo. Participantes (geralmente masculinos) que perguntam se a mulher não quer fazer as anotações durante uma reunião ou pedem para pegar café para visitantes, por exemplo, são parte do problema. O que fazer então?

Homem: não assuma que a mulher está ali porque é a secretária, ou a trate como tal quando esse não é seu cargo. Saiba qual é a posição dela na empresa, antes de sugerir qualquer coisa.

Mulher: pode ser difícil ou parecer rude dizer “não” (até porque muitas vezes o reflexo é já se oferecer para fazer essas tarefas), mas resista. Não se voluntarie para fazer a ata, se houver na sala homens que também podem assumir essa função!

Homem: Não se aproprie da ideia da mulher

Apresentar ou colher os louros da ideia alheia e não corrigir quando alguém lhe credita algo por engano: tem quem faça isso de propósito. É uma realidade conveniente para um homem, já que historicamente se assume que o dono das ideias é ele.

O que fazer? Mulher: expresse suas ideias, sem medo de usar palavras afirmativas e evite construções como “Mas sugiro que…” e “O que será que aconteceria se…”. Se possível, encontre uma pessoa observadora na reunião, que vai focar sua atenção quando você falar e agirá como pessoa aliada, caso você precise. Também é possível pescar o crédito de volta ao dizer “Obrigada por continuar minha ideia” ou “Isso mesmo, fico feliz que você concorda”. Se a ideia for incrível, sugiro manter um dossiê de evidências, resumindo do que se trata e copiando quem você achar necessário no email.

Não interrompa a fala de uma mulher:

Pesquisas feitas a partir do acompanhamento de reuniões em diversas empresas constataram que, nessas ocasiões, homens costumam falar mais que mulheres e interrompem as pessoas com mais frequência e que, interrompem em dobro, caso sejam elas que estejam falando. Essa tendência maior a interromper sua interlocutora já ganhou até um nome próprio: manterrupting.

O que fazer? Mulher: Diante dessa situação, mantenha seu território dizendo algo como “Não tinha acabado meu ponto, me dê mais um segundo”, garantam seu espaço pessoal à mesa e fique próxima de onde as decisões estão realmente sendo tomadas (quanto mais cedo chegar, mais garantia de um bom lugar). Usar a linguagem corporal de forma afirmativa, mantendo sempre contato visual com os demais, também é uma boa ideia.

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Homens e mulheres: quando virem alguém nessa situação, percebam que podem ir ao seu auxílio interrompendo quem interrompeu e devolvendo a palavra à colega de maneira direta (“Espere, deixe ela terminar”) ou sutil (“Ana, qual é sua opinião? O que você pensa a respeito?”).

Incentive ao máximo a participação delas em reuniões:

Incentive as mulheres a se sentarem à frente e no centro das reuniões. Se uma colega for interrompida, interrompa logo na sequência e diga que gostaria de ouvi-la terminar. Peça abertamente para que elas contribuam com a conversa. Se notar que a ideia de alguma colega “foi roubada” por alguém, procure o momento oportuno para agradecer enfaticamente a contribuição dessa mulher ainda durante a reunião. E lembre-se: quando você defende outras pessoas no trabalho, todas se beneficiam.

Não presuma que mães não estarão dispostas ou disponíveis para assumir tarefas desafiadoras ou viagens de trabalho:

A maternidade desencadeia suposições de que a mulher é menos competente e comprometida com sua carreira. Com isso, muitas lideranças e colegas acabam não delegando oportunidades para elas. Uma forma de evitar essa situação é não presumir que as mães declinarão tarefas desafiadoras ou viagens de trabalho. Converse abertamente com essas profissionais. Pergunte. Faça uma escuta ativa, e encontrem, em parceria, uma forma de o trabalho ser realizado. Sempre que puder, fale sobre maternidade e paternidade no ambiente de trabalho. Essa troca de experiência pode contribuir para eliminar preconceitos.

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Mulheres: Não peçam desculpas!

Estudo da Universidade de Waterloo, no Canadá, aponta que mulheres pedem mais desculpas do que homens. Os pesquisadores dizem que não são os homens que relutam em se desculpar, e sim as mulheres que o fazem mais vezes do que a média. As informações são do site LiveScience. Segundo a pesquisa, homens possuem um limite maior para aquilo que eles entendem que necessita de um pedido de perdão. Quando observado, no entanto, os números de desculpas pedidas relativas ao número de erros que os participantes voluntários do estudo cometeram, perceberam que não houve diferenças entre homens e mulheres. “Não é que os homens não peçam desculpas porque acham que parecerão fracos ou não querem assumir responsabilidade por seus atos, apenas parece que eles acham que não fizeram nada que merecesse um pedido de desculpas”, disse ao site Karina Schumann, estudante de doutorado em psicologia social da universidade e membro do estudo.

Em um dos experimentos realizados, os voluntários anotavam em um diário por 12 dias as vezes em que se desculpavam ou fizeram algo que pensaram que necessitava de pedido de desculpas, mesmo que não tenham pedido. As mulheres viam mais situações em que entendiam ser necessário o pedido de perdão. Em números absolutos, as mulheres pediam mais desculpas, mas, relativamente, tanto homens como mulheres pedem perdão em 81% das situações nas quais acreditam ser necessário.

* * *

Sei que a adoção dessas ações definitivamente não solucionará todos os desafios que englobam o feminino, mas tenho certeza de que melhorará, e muito, o ambiente de trabalho e, consequentemente, a sociedade.

E aí, se você chegou até aqui, me responda: Topa adotar essas práticas?

Obrigada por sua leitura. Espero ter ajudado, de alguma forma, na sua jornada de transformação individual. Ficarei honrada se puder dividir aqui comigo o que está pensando e como esse texto, porventura, te impactou.

Um abraço.

Mirele de Araujo Santos

Texto originalmente escrito em 09/mar/2023. O link para o texto original está abaixo:
https://www.linkedin.com/pulse/o-dia-internacional-da-mulher-mirele-de-araujo-santos-ela-she-ella-/?trackingId=b702AgzrSmqnPjsweBxChg%3D%3D

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